quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Feliz ano novo ! O que se esperar de 2013 ?

Feliz 2013 a todos !
Vendo um título desse em uma postagem, em pleno mês de fevereiro, é de se estranhar. Mas como no Brasil, como se diz, o ano começa depois do Carnaval, então, a frase se justifica.
Aliás, acredito que no país tem duas épocas em que 90% da população perde a noção: quando é Carnaval e quando é dia de eleição.
;-)
Mas, piadas à parte, como o ano começa na próxima segunda-feira, dia 18 de fevereiro, quero abaixo listar algumas coisas que podemos esperar e especular em 2013. Tentarei não viajar muito, mas embarque comigo nessa viagem mesmo assim !

TT's (Trens turísticos)

Tren turístico no estado do Rio de Janeiro ? Além do trem do SESC que opera na colònia de férias, em Grussaí, no norte-fluminense, não temos nenhum outro trem turístico regular operando. Mas vem novidades por aí, e muito boas ! Já está em estágio avançado de estudo e implantação o Trem dos Mares da Costa Verde, que será operado pela conceituada e famosa empresa Serra Verde Express, responsável por, entre outros, operar o trem Curitiba-Paranaguá, no estado do Paraná. Com previsão de início de funcionamento para o meio do ano, a circulação foi acordada entre a empresa e a operadora de transporte de cargas MRS, responsável pela concessão da linha e do trecho onde circulará o TT, entre a estação Itacuruçá e a Praia de Santo Antônio, aproximadamente 18 kms de extensão e paisagens belíssimas do litoral da Costa Verde Fluminense. O que é de fato curioso, visto que em outro trecho operado sob concessão da MRS, a circulação de trens de passageiros foi vetada. Falo do trem "Barrinha", que circulava entre Japeri e Barra do Piraí, e que teve seu retorno vetado pela Secretaria de Transportes por prejudicar a circulação de trens cargueiros da MRS no trecho.


Banner da empresa turística Serra Verde Express
Foto: Divulgação


Bem, se um trem turístico já é bom, o que se pensar de mais além desse ?!
Pois é ... com previsão para começar a operar no final de 2013, a Serra Verde Express tem a intenção de reativar uma linha que é das mais bonitas do país, junto com o trem que falamos anteriormente: o trecho entre Barra Mansa e Angra dos Reis. Percorrendo trechos de serra e chegando ao litoral da cidade de Angra do Reis, o trajeto de aproximadamente 70 kms está em estágio inicial de implementação, necessitando ainda alguns acertos com a empresa responsável pela concessão do trecho, a Ferrovia Centro Atlântica (FCA).


Trem da FCA passando pelo trecho de Serra entre Lídice e Angra dos Reis
Foto: Paulino de Morais (tremfca.blogspot.com)


E a EF Mauá ? Podemos classifica-lo como TT ? Certamente ... mas como o projeto está em andamento e projeto há mais de 20 anos, não espero muitos avanços em 2013. Espero estar errado em minhas previsões, e torço para que o quanto antes este projeto também saia do papel, visto os grandes eventos que vem por aí no estado, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que trarão uma quantidade imensa de turistas e visitantes à cidade do Rio de Janeiro e outras localidades turísticas proximas, como Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo ... e no caso de Petrópolis, um trem alcançando a cidade seria de fato uma espetacular atração turística, além de servir aos moradores da cidade e outras localidades, que diariamente sobem e descem a serra.
Trens metropolitanos
A Supervia, empresa que opera os trens metropolitanos na Região Metropolitana, vem sofrendo mudanças significativas desde que a divisão de transportes da gigante Odebrescht assumiu uma parte da empresa. Novos trens foram adqüiridos em parceria com o governo do estado, estações foram reformadas (a Central do Brasil está sendo modernizada, e Barão de Mauá também está sofrendo mudanças), nova sinalização foi implantada e mudanças operacionais foram feitas. Um novo serviço entrou em operação, o trem expresso Central do Brasil - Japeri, passando pela Linha Auxiliar, seguindo direto sem paradas entre a Central do Brasil e Ricardo de Albuquerque. Outros serviços estão sendo estudados, um deles seria entre Pavuna e Deodoro.


Um dos novos trens chineses já em circulação
Foto: Blog Meu Transporte


Mas isso é apenas o começo. Em reuniões que reuniram diretores da empresa e usuários do sistema, foram revelados diversas mudanças: mudança do grafismo da empresa, dos nomes das linhas e ramais (que seriam divididos por cores, como no sistema ferroviário de São Paulo) e no logotipo e nome da própria empresa ! Além disso, novas estações vão ser construídas (a estação Corte Oito, entre Duque de Caxias e Gramacho, já está em construção) e novas linhas estão na pauta para serem reativadas ou implementadas. Uma delas seria o antigo trecho entre Santa Cruz e Itaguaí.

VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos)
O promissor e pioneiro projeto do VLT de Macaé, que já esteve em período de testes em 2012, está parado. Chegou-se até a marcar uma data para a inauguração, dia 29 de julho, mas me pareceu uma prática eleitoreira, visto que em 2012 tivemos eleições municipais. Dos 4 veículos adqüiridos, dois já chegaram à cidade, mas estão parados. Ainda falta construir a estações, organizar as Passagens de Nível (PNs) na cidade e implantar e modernizar a sinalização. Ao novo prefeito cabe a tarefa de seguir com o projeto ou cancela-lo, o que seria uma pena. Mas vamos torcer que o projeto vá para frente.


Publicidade na estação de Macaé
Foto: Eduardo P.Moreira (Trilhos do Rio)

 
Na cidade do Rio de Janeiro, os VLTs do Centro da Cidade e da Zona Portuária vão mesmo sair, de acordo com projeto "Porto Maravilha". A não ser que haja uma mudança radicalíssima no projeto. De qualquer forma, os VLTs do Rio de Janeiro só vão começar a funcionar em 2015, então nada podemos esperar para 2013 além do seguimento das obras.
E agora a surpresa: está em fase de estudos e pesquisa orçamentária a implantação de um VLT ligando as cidades de Três Rios e Paraíba do Sul. Entretanto, como o projeto está em fase inicial, para este ano não devemos esperar muita coisa, apenas que o projeto se desenvolva satisfatoriamente.

Metrô
Em 2013 as obras da chamada linha 4 do Metrô, ligando os bairros de Ipanema e a Barra da Tijuca, devem prosseguir a todo vapor. No bairro do Leblon, que sofreu as maiores mudanças em matérias de obras e interdição de ruas, já está sendo construída uma ponte para o tráfego de veículos, que será desviado, próximo ao Jardim de Alah. A construção está em ritmo acelerado e deve seguir o cronograma, que indica o início de funcionamento da nova linha para o final do ano de 2015.
 

Obras do Metrô - Linha 4 Sul
Foto: Portal R7
 
Expansões e novas linhas
A construção do Porto do Açu, no Norte-Fluminense, poderá proporcionar a construção de uma grande ferrovia, ligando a cidade de São João da Barra à Nova Iguaçu, aproveitando diversos trechos hoje não operacionais das antigas linhas do litoral, da EF Leopoldina, e da ligação São Bento-Ambaí, hoje sem trilhos e com o entorno urbanizado e povoado. Tendo a frente do empreendimento o bilionário Eike Batista, a nova linha passaria por fora dos grandes centros urbanos, como a cidade de Macaé, e transportaria carga voltada à exportação através deste porto. Quem sabe se, aproveitando esta nova linha, o antigo "Trem Cacique", desativado desde 1984, não voltaria a circular, pelo menos, entre as cidades de Campos dos Goytacazes e o Rio de Janeiro ? Aproveitando o ritmo de carnaval, podemos cantar "Sonhar não custa nada ..."

Linha do Litoral da antiga EF Leopoldina, e projeto da nova linha
Foto: Blog Roberto Moraes
 

Bonde de Santa Teresa
Estudos, pesquisas, hipóteses ... tudo isso e nada de concreto é feito. Por enquanto o serviço de transportes sobre trilhos, turístico e carioca mais conhecido do mundo, ao lado do Trem do Corcovado, não tem previsão certa de ser reativado. Vamos esperar que este e todos os projetos saiam do papel, e que o nosso estado possa recuperar o status de possuir um sistema decente e racional de transportes sobre trilhos, aqui, onde nasceu a primeira ferrovia do país e da América do Sul.

Até breve, e FELIZ ANO NOVO a todos !


2 comentários:

Trem de tecnologia pendular de passageiros de dois andares (double decker) em média velocidade (250km/h)

Pendolino é a marca de uma série de trens de média velocidade com tecnologia pendular, desenvolvidos e fabricados pela Fiat Ferroviária (hoje Alstom). São utilizados na Eslovênia, Finlândia, Itália, Portugal, República Checa, Reino Unido e Suíça, ou Acela, seu concorrente americano.

A ideia de um trem que inclinava (pendular) tornou-se popular nas décadas de 1960 e 70, quando vários operadores ferroviários, impressionados pelos trens de alta velocidade introduzidos em França (TGV) e Japão (Shinkansen), quiseram ter uma velocidade similar sem ter de construir uma linha paralela dedicada (como estes países estavam a fazer, e o Brasil pretende fazer). Trem pendular é um trem com um mecanismo de suspenção reclinável que permite que ele atinja velocidades avançadas em trilhos de linhas férreas tradicionais. Esse mecanismo, chamado sistema pendular, consiste em eixos com capacidade de se inclinar até 8 graus em relação aos trilhos, permitindo que as curvas possam ser feitas em velocidades de até 230 km/h, sem risco de acidente ou desconforto para os passageiros.

Na Itália foram estudadas várias possibilidades para as linhas em exploração (incluindo um modelo com carros fixos e bancos pendulares). Vários protótipos foram construídos e testados e em 1975 um protótipo do Pendolino, o ETR 401, que foi posto em serviço, construído pela Fiat e usado pela Rede Ferroviária Italiana.

Fonte básica; Wikipédia com adaptações.

A grande vantagem da *Tecnologia Pendular para trens de passageiros é justamente pelo fato de trafegar com boa estabilidade em vias sinuosas e curvas fechadas, comum em países europeus, americanos e principalmente brasileiros, sem muitas retificações e com baixo investimento.

Eis aí uma opção rápida e econômica para os planejados trens de passageiros regionais, para uso da malha ferroviária brasileira, mediante aproveitamento e remodelação das linhas existentes, sem a necessidade de grandes intervenções.
Os trens pendulares Acela americano (Amtrak) e Superpendolino europeu são tracionados por energia elétrica, inclusive os na versão flex, 3 kVcc / 25 kVca embora existam versões eletricidade-Diesel (ICE-TD), que poderão ser utilizados em cidades onde não possuem alimentação elétrica.

A escolha deste modelo está sendo sugerida por consultorias, como a “Halcrow” no volume 4 parte 2 anexo B. Comparação de material rodante, que estudam a implantação dos trens regionais, com futura utilização como TAV quando as suas linhas segregadas exclusivas estiverem prontas a partir de 2020, podem ser fabricados com dois pavimentos (double decker), com passagem entre os carros (gangway), carruagem com ~3,15m de largura que é a mais adequada para as nossas condições além do truque de 1,6 m, que é o que maior espaço possui entre as rodeiros para instalação e distribuição do motor elétrico, sistemas hidráulicos, suspenção, comandos e com freios regenerativos, isto é, retornam energia elétrica para a rede na frenagem, e são da categoria de velocidade de até 250 km/h.

Pois bem. Não é empregado no Brasil porque a indústria ferroviária multinacional, e aqui instalada, não os fabrica, embora a Bombardier, CAF e a Alstom os fabriquem no exterior, pode aqui ser montado inclusive pela Embraer com alto índice de nacionalização.


Conclusões:
A especificação técnica deve ser de iniciativa e imposição do cliente, e não do fabricante.
Construímos ferrovias para que se adequem aos trens aqui fabricados, e não ao contrário. Isto explica, também, a falta de padrão e uniformidade entre trens e gabaritos de plataformas na CPTM-SP e Supervia-RJ entre outras.

Não faz sentido se preocupar com transferência de tecnologia ferroviária, somos o país que temos provavelmente a maior quantidade de indústria automobilística multinacional do mundo, a não ser que se queira criar a Ferrobrás, uma estatal com prazo curto para falir!

As indústrias não fabricam o que necessitamos. Nós, é que nos ajustamos a elas.

Uma das melhores formas de modernizar e atualizar os sistemas de trens de passageiros em locais em que ainda se utilizam da bitola métrica é a implantação de bitola em 1,6 m a exemplo do que acontece nas maiores metrópoles brasileiras, observando, uma foto frontal postada, como destas composições de Salvador-BA, Teresina-PI, Campos do Jordão-SP e o bonde Santa Teresa-RJ em bitola de 1,1 m, e que já sofreram múltiplos descarrilamentos e com mortes, pode se visualizar a desproporção da largura da bitola, 1,0m com relação largura do trem “l”=3,15 m x altura “h”= 4,28 m ( 3,15:1) conforme gabarito, o que faz com que pequenos desníveis na linha férrea provoquem grandes amplitudes, oscilações e instabilidades ao conjunto, podendo esta ser considerada uma bitola obsoleta para esta função, tal situação é comum na maioria das capitais no nordeste, exceto Recife-PE.

Para que esta tarefa seja executada sem grandes transtornos, inicialmente devem ser planejadas e programadas as substituições dos dormentes que só permitem o assentamento em bitola de 1,0 m por outros em bitola mista, (1,0 + 1,6 m ) preferencialmente de concreto, que tem durabilidade muito superior ~50 anos, ou plástico reciclado, principalmente os que possuem selas, para após realizar a mudança, observando que para bitola de 1, 6 m o raio mínimo de curvatura dos trilhos é maior .

Entendo que deva haver uma uniformização em bitola de 1,6 m para trens suburbanos de passageiros e metro, e um provável TMV- Trens de passageiros convencionais regionais em média velocidade, máximo de 150 km/h no Brasil, e o planejamento com a substituição gradativa nos locais que ainda não as possuem, utilizando composições completas, já com ar condicionado que as concessionárias colocam periodicamente em disponibilidade em cidades como Teresina-PI, Natal-RN, Maceió-AL, João Pessoa-PB, Salvador-BA que ainda as utilizam em bitola métrica, com base comprovada em que regionalmente esta já é a bitola nas principais cidades e capitais do Brasil, ou seja: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, e Curitiba (projeto), e que os locais que não as possuem, são uma minoria, ou trens turísticos.

Assim como foi feito em São Paulo, que se recebeu como doação, composições usadas procedentes da Espanha na qual originalmente trafegavam em bitola Ibérica, de 1,667m, e que após a substituição dos truques, (rebitolagem) trafegavam normalmente pelas linhas paulistanas em 1,6 m, com total reaproveitamento dos carros existentes, o mesmo poderá ser feita com estes trens que trafegam nestas cidades do Brasil, lembrando que este é um procedimento relativamente simples, de execução econômica, com grande disponibilidade de truques com motores elétricos de baixo consumo e recuperação de parte da energia elétrica na frenagem no mercado nacional e facilitando a manutenção e expansão dos serviços, uma vez que todas as implantações das vias férreas pela Valec no Norte e Nordeste rumo ao Sul já são nesta bitola.

Esta será uma forma extremamente econômica e ágil de se flexibilizar, uniformizar, racionalizar e minimizar os estoques de sobressalentes e ativos e a manutenção de trens de passageiros no Brasil.

Não é só o motor o responsável pelo consumo de energia elétrica em uma composição ferroviária de passageiros, pois além dele temos em menor escala, e não menos importante, o ar condicionado, compressores, iluminação etc, e os truques modernos já possuem motores elétricos de baixo consumo e recuperação cinética de parte da energia elétrica na frenagem, algo que não esta contemplado nesta substituição.

Os trens para atender a demanda atual deveriam ser substituídos por novos já na largura correta da carruagem em 3,15m para não ter que se usar aquele estribo em frente as portas (gambiarra), e evitar aquele vão horizontal nas plataformas que tem provocados muitos acidentes e com todas estas melhorias incorporadas, e os burocratas pensando em desviar as verdadeiras prioridades.

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