(Arredores de Marítima, estação inaugurada em 1880. Antes o complexo ferroviário era toda esta área do outro lado da rua, hoje ocupada pela Cidade do Samba)
Sábado dia 03 de abril, a equipe Trilhos do Rio esteve no local e fez vários registros interessantes. Pra começar, a imensa área que o complexo ferroviário ocupava foi reduzido a apenas dois armazéns, abandonados e isolados por tapumes, o que nos impedia de fotografar o interior dos armazéns. Mas o que vimos em seguida nos surpreendeu: no interior de um destes armazéns ainda há dois carros de passageiros ! Sabe-se que o terminal de Marítima era de cargas,então o que fazem ali estes carros ? Presos e isolados, pois em volta foi construída a Vila Olímpica da Gamboa e não há trilhos, apenas no interior do armazém e sob estes carros. Não há como removê-los !(Carro de passageiros preso no interior de um armazém de Marítima)
Aproveitando que este carro substitui os tapumes utilizados para bloquear o acesso ao interior do armazém, entramos por uma brecha entre o carro e a parede e adentramos o local. Como esperado, tudo está largado: muita vegetação tomando conta de tudo, e os carros de passageiros podendo transmitir tétano quase que por aproximação, tal o mau estado de conservação.
Havia ainda um certo mistério a ser desvendado naquele local. Teria sido lacrado o túnel que ligava este lugar a linha tronco da EFCB, na altura de São Diogo ? Túnel este que foi o primeiro a ter dinamite utilizada na sua construção, no final do século XIX ? Fomos averigüar e constatamos que o túnel ainda está lá, com as duas bocas acessíveis, e com o leito preservado, sem trilhos.
(O misterioso túnel de Marítima, ainda acessível. Do outro lado, alcançava a linha tronco da EFCB, entre D.Pedro II e São Diogo)
Com a fama de ser ponto de desova de cadáveres e local de outros delitos, não fomos até ele, mesmo com o fato do local esar mais tranqüilo agora, com a UPP sendo implantada na comunidade logo acima. Conversamos com um morador antigo do local, e ele nos garantiu que ali sempre foi tranqüilo, que ele atravessava o túnel para cortar caminho, e o único cuidado era em usar botas, pois freqüentemente o túnel encontrava-se alagado. Bom, de qualquer forma deixamos esta aventura para outro dia.
De lá fomos a Praia Formosa, mas isso é assunto para outro tópico.