Em breve, site Trilhos do Rio !

Aguardem ... vem aí o site Trilhos do Rio, com muitas atrações e informações sobre os trilhos do estado do Rio de Janeiro !

Em breve, site Trilhos do Rio !

Informações e curiosidades sobre estações, linhas e ramais existentes, ou desativados ...

Em breve, site Trilhos do Rio !

Transportes sobre trilhos é aqui: Trem, Bonde, Metrô, VLT e muito mais !

Em breve, site Trilhos do Rio !

Participe você também ! Colabore com informações, matérias e postagens !

Em breve, site Trilhos do Rio !

E isso é só o começo ... aguardem !

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Só a ferrovia salva ?


Fim de ano, Carnaval, feriado prolongado, férias. São vários os motivos para se aproveitar o recesso do trabalho ou estudo e botar o pé na estrada, em busca de uma viagem para relaxar da rotina do dia-a-dia.
Mas nem sempre é o que ocorre: trânsito pesado, leis de trânsito sendo violadas por motoristas que se julgam espertos, congestionamentos monstruosos e muito aborrecimento estão se tornando cada vez mais comuns em determinadas épocas do ano.
Infelizmente, todos estes problemas são pouca coisa diante de algo que está virando rotina: acidentes, colisões, atropelamentos e vítimas fatais. O que era para ser felicidade torna-se tragédia.



Uma região e duas rodovias são quase diariamente citadas em jornais e noticiários: a rodovia Amaral Peixoto (RJ-106) e a BR-101. A primeira recebe destaque pois os motoristas que a utilizam sofrem com congestionamentos gigantescos em épocas festivas, com uma viagem de 150kms chegando a durar 7 a 8 horas. E a segunda rodovia chama a atenção pela quantidade absurda de acidentes, praticamente diários. Segundo um levantamento, mais de 300 acidentes com vítimas ocorrem por ano nesta rodovia. Número assustador e que não para de aumentar.
Enquanto tudo isso ocorre no asfalto das rodovias, duas ferrovias poderiam ajudar a diminuir pelo menos em parte o fluxo intenso de veículos, que ocasionam congestionamentos e acidentes. Uma delas já extinta, de maneira dúbia e sem sentido. E a outra permanece praticamente abandonada, com os trilhos enferrujando sem tráfegos de trens.

Tabela de horários da EF Maricá afixada na estação de Neves.
Fonte: Blog EF Maricá


A Estrada de Ferro Maricá ligava as cidades de Niterói e Cabo Frio, na Região dos Lagos, durante o período em que teve maior extensão em quilômetros. Possuía várias estações e cruzava cidades potencialmente turísticas, como Maricá, Araruama, Saquarema e diversos outros belíssimos locais.
Entretanto, por diversos motivos, tanto obscuros como absurdos, a ferrovia foi erradicada ainda na década de 1960. Hoje quem quer visitar as cidades da Região dos Lagos tem que encarar horas e mais horas de tráfego em estradas perigosas e viagens cansativas estressantes. Se a ferrovia ainda existisse, hoje com certeza poderia-se percorrê-la em no máximo 3 horas, da estação inicial à estação final, quando pela rodovia há ocasiões em que os motoristas ficam presos em congestionamentos que fazem a viagem durar de 6 a 7 horas.


Antiga ponte ferroviária em Barra de São João, no trecho pouco usado da ligação p/Macaé
Fonte: Site Visite Casimiro de Abreu

Por outro lado, a outra ferrovia citada anteriormente ainda existe e corre praticamente ao lado da BR-101: é a antiga linha do Litoral, da Estrada de Ferro Leopoldina. Ferrovia esta que na verdade foi a junção de outras e que formaram esta linha, que se estende por toda a região Norte-Fluminense, desde Itaboraí até Campos, no limite com o estado do Espírito Santo. Por esta ferrovia circularam trens de carga com diversos produtos como cana de açúcar, cimento, óleos combustíveis, entre outros; e também um célebre trem de passageiros, que ligava a cidade do Rio de Janeiro (anteriormente atendia a cidade de Niterói) à Campos e Vitória-ES: o "Trem-Cacique". Este trem possuía tráfego intenso de passageiros, com composições chegando a mais de 20 vagões (carros), repletos de passageiros, nas décadas de 1950 e 1960.

O Trem-Cacique vindo de Vitória-ES passando ao lado do Maracanã, chegando a São Cristóvão, na década de 1970
Fonte: AHDB via Site Amantes da Ferrovia


Contudo, na década de 1980, por motivos ainda não totalmente explicados, e com a privatização da linha na década de 1990, o "Cacique" não circulou mais por esta linha. Hoje ela permanece incólume ao lado da rodovia e seus intermináveis congestionamentos.

Será que uns 3 ou 4 pares de trens por dia, circulando entre estas duas cidades, e atendendo várias outras, não proporcionaria um movimento suficiente para justificar o seu funcionamento ? Quantas centenas ou milhares de pessoas utilizariam estes trens por dia ? Quantas vidas poderiam ser preservadas, levando em conta que os passageiros desse trem seriam pessoas que podem correr riscos na rodovia, até devido a irresponsabilidades de terceiros ? Por que não há circulação de trens nos trilhos da velha Leopoldina ?



Bucólico trecho de trilhos abandonados entre Silva Jardim e Casimiro de Abreu.
Atualmente uma paisagem privativa da rodovia.
Foto: Eduardo P.Moreira (Dado DJ)

São perguntas sem respostas, ou com respostas sem sentido. Apenas nos resta ter esperança de que um dia, poderemos ter novamente não apenas esse, mas outros trens circulando pelas linhas do estado, podendo trazer progresso e preservar vidas, vidas que são perdidas no asfalto das estradas.

Seguidores

Estamparia Trilhos do Rio