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sábado, 20 de dezembro de 2014

Como é dificil voltar à Petrópolis

Escrevo abaixo uma história, que parece filme de aventura. Mas é real, e mostra bem o quanto faz falta um bom planejamento em área de transporte, e boa vontade da parte política e de quem pode fazer algo em se falando de transporte sobre trilhos. A narrativa é longa, mas peço paciência. Leiam e reflitam:

"Com o objetivo de prestar provas para um concurso público na cidade de Petrópolis, fiz a inscrição e me preparei para o dia da prova, pois moro em um conjunto habitacional na zona sul da cidade do Rio de Janeiro e precisava planejar a viagem para chegar em Petrópolis sem sustos e atropelos. Antes que me perguntem o porquê de escolher a cidade Imperial pra fazer a prova, tenho motivos de sobra, pois a cidade é aprazível, bem organizada (apesar da área habitacional estar um pouco descontrolada devido à ocupação das encostas), desenvolvida e com diversas atrações turísticas e históricas.
Já estive por lá diversas vezes, mas não me lembro de ter utilizado o acesso via Rodoviária do Bingen e BR-040, o modo mais expresso e rápido (teoricamente) de se chegar à cidade. Como cheguei à Petrópolis muitas vezes do modo tradicional e histórico, via Serra da Estrela, decidi fazer do mesmo modo, que aliás era como a cidade era acessada no começo de sua história, através de carros de boi, cavalo ou de trem, entre 1883 e 1964. Além de ser de maneira mais conhecida por mim, essa viagem seria mais barata que a mais utilizada, que seria um ônibus para chegar à Rodoviária Novo Rio, depois outro para a rodoviária da cidade (em Bingen, distante do Centro de Petrópolis, onde eu faria prova) e de lá, outro ônibus para alcançar o local da prova.

Tabela de horários e tarifas em domingos, da empresa de ônibus Fácil - Única
Por esta opção eu pagaria R$ 3,00 no ônibus até a Rodoviária, depois R$ 21,41 até Bingen, em Petrópolis; e depois mais R$ 2,80 até o centro de Petrópolis, totalizando R$ 27,21 ! Indo de outro modo, um ônibus até São Cristóvão (R$ 3,00), depois um trem até Saracuruna (R$ 3,20) e outro ônibus até o Alto da Serra de Petrópolis (R$ 5,80) gastaria R$ 12,00 apenas !!! Do Alto da Serra eu completaria o percurso a pé, cerca de 2 km de caminhada, fácil).
Pois bem, como a prova seria às 13:00 do domingo, saí de casa às 08:45, mais de 4 horas de antecedência. Embarquei em um ônibus rumo à São Cristóvão às 08:51. A viagem até São Cristóvão foi rápida, sem o trânsito dos dias úteis, chegando na plataforma da estação às 09:18.


Obras na estação de São Cristóvão

 Panorâmica da estação de São Cristóvão

De acordo com o aplicativo e site da Supervia, concessionária do serviço de trens metropolitanos, o próximo trem rumo à Saraucurna passaria em São Cristóvão às 09:37.

Pois bem, de algumas fotos das obras que estavam sendo feitas na época, vi que o trem estava atrasado. Ele só chegou à estação às 09:51 !

Trem Central x Saracuruna dando entrada na estação São Cristóvão

Como previsto, felizmente, a viagem de trem transcorreu sem atrasos, e cheguei à Saracuruna em 54 minutos (a previsão era de 55 de acordo com a empresa, e olha que ainda ficamos parados por 3 minutos aguardando tráfego). Saí apressadamente da estação e me dirigi ao ponto de ônibus em frente, para seguir viagem e subir a Serra da Estrela de ônibus, pois infelizmente, desde 1964 não há mais trens alcançando a cidade, apesar das inúmeras iniciativas para um projeto de reativação ser iniciado.
Já eram 11:00 quando chegou o ônibus que vem de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, e alcança o bairro Alto da Serra, em Petrópolis.

Ônibus que sobe a Serra da Estrela. Nesta foto feita no bairro Meio da Serra, pode-se observar por onde o trem subia até 1964, à esquerda da imagem

Comecei a ficar bastante preocupado com o horário, pois faltavam menos de duas horas para chegar ao Centro de Petrópolis. Pra completar o meu desespero, havia uma adolescente deficiente mental no ônibus, com acompanhante, que demandou certo tempo para o motorista facilitar o embarque e acomodação apropriada Depois, devido aos berros tanto dela quanto da acompanhante, o motorista dirigiu bastante devagar, para tornar a viagem mais confortável. Infelizmente, para mim a viagem tornou-se desesperadora, pois além disso e das inúmeras idas e vindas que o trajeto do ônibus tem, a quantidade de quebra-molas no percurso é de irritar até um monge Budista !
Às 11:47 o ônibus chegou em Piabetá, que conta com uma razoável, porém mal cuidada, rodoviária. O ônibus ficou parado ali por 10 minutos, e para mim foi um problema. Não só pelo horário, mas porque ao embarcar, esqueci de mencionar que eu queria a passagem inteira, e não de seção, que cobre exatamente o trecho Campos Elíseos x Piabetá. Um fiscal entrou e me pediu o comprovante de viagem, e eu não tinha. Pedi desculpas pela distração, e perguntei quanto era a diferença a se pagar, pois já havia pago R$ 3,00. O fiscal me disse que devia pagar a passagem integral, e que isso consta no tíquete que não peguei. Pensei em debater sobre isso, mas para não atrasar mais, decidi pagar.
Bem, às 11:54 (!!!) o ônibus enfim saiu de Piabetá. Pouco depois, passamos sobre o cadáver insepulto da primeira ferrovia do Brasil, a conhecida EF Mauá. Um triste absurdo !

Trecho da primeira ferrovia do Brasil, em Piabetá
Foto publicada no Facebook

A viagem seguiu, sem maiores contratempos, além dos infinitos quebra-molas, e a paisagem começou a mudar. Ficando um ambiente mais fresco e fácil de se respirar, agradável, vi que estávamos chegando à antiga Raiz da Serra, hoje bairro de Vila Inhomirim, em Magé. Por todo o tempo eu tentava me concentrar nos estudos, em apostilas que fiz download e lia pelo celular, mas quando chegou à Raiz da Serra olhei o relógio: eram 12:10 ! Mandei mensagens para minha esposa, já falando que não daria tempo, tudo parecia querer me fazer desistir. Mas não desisti, lutaria até o final ! Logo após este pensamento ... começou um temporal !

Tempo fechando na subida da Serra da Estrela

E aí começou o temporal, na histórica e perigosa Estrada Velha da Estrela

E agora ? Eu sem guarda-chuva ... mesmo que o ônibus subisse a mil por hora a Serra, eu precisaria ainda descer no Alto da Serra e caminhar mais 2 kms até o Centro de Petrópolis. Ali sim fiquei bastante desesperado e arrasado, arrependido por não ter ido via Rodoviária Novo Rio. Mas não tinha o que fazer, apenas terminar a viagem ...
Após passar pelo bairro Meio da Serra, vi atrás do ônibus em que eu estava, um outro ônibus, que faz o percurso Meio da Serra x Centro de Petrópolis. Era minha esperança ! Pensei: "basta eu descer no Alto da Serra e embarcar neste ônibus que vem logo atrás", pois como é impossível um ônibus ultrapassar o outro em trânsito pela Estrada Velha da Estrela, tanto pelo perigo e curvas, como pela largura diminuta da estrada, apenas aguardei chegar ao Alto da Serra para efetuar o transbordo. Pensei em fazer algum sinal para o ônibus de trás, mas como não conseguiria descer no meio do caminho devido à chuva, achei melhor esperar pra descer no Alto.
Pois bem, cheguei ao Alto da Serra às ... 12:49 !!! 11 minutos para chegar o local da prova, que não era na Rodoviária do Centro de Petrópolis (antiga estação Ferroviária), mas ficava a alguns quarteirões dali. Já pensava ser impossível ... antes do ônibus chegar ao ponto final, em frente ao BNH do Alto da Serra (que era o antigo e gigantesco pátio ferroviário da estação Alto da Serra), eu já estava na porta do ônibus, louco pra descer e embarcar no ônibus que vinha atrás. Foi o que fiz quando ele parou ... fui pra chuva e fiquei aguardando no ponto (sem cobertura) a passagem do ônibus pro Centro. Em poucos segundos ele chegou ... e passou direto !!! Não é possível, corri que nem louco na chuva atrás dele, meu celular caiu da cintura quase dentro de uma poça, voltei peguei o celular, e continuei correndo ! Como aos domingos funciona uma feira livre no local, o ônibus parou a certa distância devido ao desvio de tráfego. Quase implorei pro motorista abrir a porta, e enfim embarquei, ofegante e aprrensivo. O relógio não parava, marcando 12:53, e parecia rir da minha cara, dizendo "não vai dar tempo, vai dar de cara na porta hahaha", mas eu procurava acreditar no impossível. E aí veio o milagre: olhei em volta dentro do ônibus e não havia ninguém, apenas eu de passageiro. Resultado: o ônibus desceu rumo ao Centro sem parar em nenhum ponto para embarque/desembarque e nenhum sinal fechou. Chegando ao terminal rodoviário, quase pulei pela janela, mas aguardei o ônibus parar.

 Trajeto a se percorrer entre o Terminal Rodoviário de Petrópolis e o Colégio Pedro II, local da prova

Saí correndo, de olho na numeração da Avenida. O local da prova ficava no número 400, e eu ainda estava no 120. Corri muito, até que em determinado ponto, visualizei um espaço no quarteirão e imaginei que ali ficasse o Colégio onde a prova seria realizada. Dezenas de metros antes, um senhor que se encontrava nesta esquina do Colégio gritou, me perguntando "É pra prova?" Eu acenei, e ele gritou "corre, que ele vai fechar a porta !". Cheguei em frente ao local e vi, em uma viela, o fiscal de prova olhando de dentro de um portão, para os dois lados, à procura de algum retardatário como eu.

Viela que dá acesso ao Colégio Pedro II. A entrada está indicada pela seta vermelha, no dia esta feira não estava ali.

Ao ver o fiscal, corri mais ainda e comecei a berrar para ele não fechar a porta. Nessa hora passou um filme na minha mente, me via como os candidatos do ENEM que se atrasam e não conseguem chegar a tempo e fazer a prova. Fiquei triste mas continuei correndo, não sei mais de onde tinha força. O fiscal acenava "vem, vem" ... pulei pra dentro do colégio, atravessando o portão, que se fechou e o sinal de começo das provas tocou ! Eu não acreditava e nem consegui respirar direito, havia chegado !!! Mas antes de me recompor uma fiscal de prova me chamou e pediu pra acompanha-la, para não atrapalhar o andamento da prova, bastante rigorosa por sinal, tanto na fiscalização (nem relógio analógico podia ficar no pulso !) quanto na administração e seleção das questões. Já iniciei a prova às 13:10 e levei 4 horas para completa-la, isso apenas com o café da manhã no estômago, dois pacotinhos de amendoim que comprei no trem, e alguns goles de água ingeridos no bebedouro do Colégio, com um fiscal com detector de metais ao lado.
Pra quem pensa que a aventura acabou, ainda teve a volta ...

Distância entre o Centro de Petrópolis e o bairro do Bingen, onde se encontra a rodoviária interm-municipal

Terminei a prova às 16:58. Como não havia indicação de horário e nem poderia utilizar relógio durante a prova (a única menção ao horário era uma marcação feita de hora em hora no quadro negro pelo fiscal), eu não tinha a menor noção e saí sem levar o caderno de questões, possível a partir das 17:00. Fiquei consternado quando percebi isso, mas tudo bem, era hora de comer alguma coisa e iniciar o caminho de volta. Passei em um banco 24 horas pra tirar algum dinheiro e me alimentar, e para pagar a passagem via Bingen e Rodoviária Novo Rio, eu não iria passar por todo este sufoco de novo. Deveria passar em algum local para pelo menos lanchar, mas preocupado com a hora e com o clima instável, decidi entrar em um mercado e comprei alguns pacotes de biscoito (total de quatro, sendo três doces e um salgado), um iogurte e uma garrafa de 1,5 litro de água mineral. Para minha surpresa tudo somou apenas R$ 6,95 ! Legal, achei que o custo de vida, pelo menos nessa parte, fosse maior ! Enfim, tentei encontrar um ônibus que me desse acesso ao Bingen, mas não encontrei. A única pessoa que me indicou onde encontrar este ônibus me indicou errado, não consegui encontrar o bendito ! Então decidi outra coisa: caminhar até o Alto da Serra e de lá descer de ônibus até Piabetá e lá embarcar em um ônibus para a Central do Brasil, pois ... não há trens circulando mais naquele horário, um absurdo ! E então comecei a caminhada, comendo meus biscoitos, bebendo água e fotografando as belezas da cidade. Até que notei o tempo fechando novamente, algo bastante comum nas tarde Petropolitanas.

Trecho onde passava o trem, até 1964. Hoje tanto a linha quanto a fábrica à direita encontram-se desativadas. Ao fundo, o tempo se fechando ..

Quando me dei conta, não era apenas a cerração tradicional de Petrópolis, era novamente a chuva, e que chuva ! O temporal desabou mais forte do que o que me apanhou mais cedo, e caiu justamente em um ponto em que eu não tinha onde me proteger ou abrigar. Fiquei encharcado !

Chuva, mais forte que a anterior

Acompanhada da tradicional cerração Petropolitana

Fiquei totalmente molhado, escorrendo. Sem opção, me dirigi ao Alto da Serra, onde já havia um ônibus parado no ponto e uma fila considerável, com umas 30 pessoas aproximadamente. Após alguns minutos esperando, embarquei, molhando todos que estavam sentados nos bancos enquanto eu passava. Mais alguns minutos o ônibus iniciou viagem e eu, mesmo em pé e molhadíssimo, me senti mais seguro ao sentir que estava voltando pra casa ... #SóQueNão ... o ônibus contornou o quarteirão e então ... parou próximo à cabine policial do Alto da Serra. Após certos protestos de alguns passageiros com a parada e o motorista dizendo que não seguiria viagem, olhei e vi o motivo: não dava pra enxergar nada a mais de 5 metros à frente !

Serra da Estrela, onde ? Não dá pra ver nada ...

 Visão pelas portas do ônibus

Descer pela Estrada Velha, com paralelepípedos escorregadios, muita chuva e pouca visibilidade, realmente seria insano. Mas passados alguns momentos, a "nuvem" passou e possibilitou a descida, com bastante cautela do motorista, por sinal.

Uma das muitas curvas da estrada, onde é preciso o veículo no sentido contrário parar, e esperar o ônibus passar. Vejam a chuva forte que ainda caí sobre a estrada.

A descida até transcorreu bem, apenas em algumas curvas e em outros trechos era preciso uma manobra para permitir a  passagem do ônibus. Em determinado trecho dois ônibus se cruzaram, sendo necessário um deles voltar de ré pra permitir a passagem do outro.

A bastante sinuosa e histórica Estrada Velha da Estrela. O trem cobria este trecho em pouco tempo e com a metade da distância, pois subia em percurso bem mais retilíneo.

Já anoitecia quando passamos pelo Meio da Serra e chegávamos à Raiz da Serra. Aí tomamos um susto ! Em um trecho onde há um zigue-zague, um carro subia rápido demais pela estrada, quando o motorista se deparou com o ônibus em que eu estava. Não havia como ele fazer a curva naquela velocidade, assim o ônibus freou bruscamente e o motorista do carro desviou, só que desviou tanto que ele acabou se chocando com a barreira de concreto às margens da estrada, danificando o carro a tal ponto que amassou o capô e saiu até fumaça do motor. Na verdade acho até que ele teve sorte, pois há apenas uns 5, 10 metros à frente, não havia barreira protetora, o que provocaria um acidente de trágicas proporções.
Enfim, e sem querer prolongar mais o que já se tornou uma odisséia, cheguei a Piabetá, e uma fila gigantesca de pessoas encontrava-se na rodoviária local, à espera do ônibus pra Central do Brasil. E a chuva não parava ... quando o ônibus parou no terminal, não sei nem o que senti: era com ar-condicionado. Entrei com a roupa toda molhada e literalmente gelei, já esperando uma pneumonia na melhor das hipóteses. Mas felizmente, nada sofri, além de muitas emoções e com certeza, uma experiência inesquecível, eu nunca passei por uma aventura tão grande para fazer uma prova de concurso público"

Aí ficam as minhas dúvidas, perguntas, comentários e indignação: porque o trem do Rio de Janeiro para Petrópolis foi extinto ? Porque depois de inúmeras tentativas e projetos, ele não foi ainda reativado ? Porque todos os dias milhares de pessoas enfrentam congestionamentos para percorrer o trecho pela rodovia BR-040 (Washington Luís), enquanto de trem poderia se fazer o percurso em uma hora e meia ou duas horas ? Isso sem falar nos risco inerentes à uma rodovia, como acidentes, imperícia ou imprudência de motoristas, e diversos outros perigos ? Porque a primeira ferrovia do País, que ligava Guia de Pacobaíba (inclusive contava com um cais para embarque de barcas rumo ao Rio de Janeiro), que é (ou deveria ser) motivo de orgulho para a nossa história e nosso povo, não é reativada, pelo contrário, é depredada cada vez mais ? São perguntas que podem até ter respostas, mas são tão sujas e perversas que nem me atrevo a descrevê-las ... por isso, publico abaixo apenas algumas imagens da ferrovia enquanto ela funcionava, inaugurada em uma época onde tudo era manual e com quase nenhuma tecnologia, que funcionava bem e atendia bem à população. Hoje temos muito em matéria de recursos e conhecimento técnico (como antes também tinha, mas hoje temos a modernidade), mas nada é feito além de grande e bons projetos, mas que nunca vão pra frente porque depende de quem pode, mas não quer, fazer ...

Passagem do trem sobre a ponte da Grota Funda

A Baronesa, na EF Mauá

Cais de embarque e integração intermodal, isso ainda no século XIX

Trem da EF Leopoldina, possivelmente o que atendia o trecho entre o Rio de Janeiro e Raiz da Serra

Trem na Serra da Estrela

Trem no Meio da Serra da Estrela

Na chegada ao Centro de Petrópolis, a cabine de sinalização é a única lembrança da ferrovia no local, além da atual rodoviária, que era a estação ferroviária até 1964

 Publicidade da época



domingo, 27 de abril de 2014

Santa Teresa, Petrópolis e os trilhos

POR JULIO CESAR


Santa Teresa é um bairro singular! A começar pelo fato de se situar todo no alto de um morro, de alguma forma isolada dos bairros vizinhos.
Vista de Santa Teresa - Fonte: Adriana Paiva

É grande, bonito e cheio de particularidades. Casario histórico antigo em harmonia com o moderno. Mirantes, gradis e postes clássicos se encontram ali.
Como se não bastasse,há lugares de intenso interesse e que são itens oficiais das atrações turísticas do bairro:
  • Convento de Santa Teresa
  • Parque das Ruínas
  • Escadaria Selarón
  • Ladeira dos Meireles
  • Curvelo
  • Largo do Guimarães
  • Largo das Neves
  • Centro Cultural Laurinda Santos Lobo
  • Museu Casa de Benjamim Constant
  • Museu Chácara do Céu ...
Como se não bastasse o bairro ser lindo por si só, podendo ser admirado apenas caminhando-se nele, dele se avistam pontos turísticos cariocas fora dele, como o Cristo, a Guanabara e o Maracanã.
Esse maravilhoso centro turístico dá acesso a outros, como Lapa e Centro, Aterro do Flamengo, Cosme Velho, Mirante Dona Marta e Cristo Redentor. É realmente um bairro intenso, rico!


Bonde de Santa Teresa - Fonte: Soul Brasileiro

E para ligar tantos lugares em um, existem os trilhos e bondes de Santa Teresa! Eles são mais uma atração turística, os bondes que restaram depois de sua extinção por toda a cidade, ou toda parte abaixo do bairro. E o bonde vai voltar, todos querem, moradores e visitantes, todos o amam! Ah, e o Museu do Bonde é mais uma atração do bairro!

Museu do Bonde - Fonte: Roteiros da Lu


Assim como a pequena “cidade” de Santa Teresa, há uma cidade distante pouco mais de 60km dali, Petrópolis, que também fica no alto, bem no alto, de montanhas! Também tem atrações espalhadas por sua extensão,como:
  • Palácio de Cristal
  • Casa de Santos Dumont
  • Museu Imperial de Petrópolis
  • Hotel Quitandinha
  • Catedral de São Pedro de Alcântara
  • Parque Cremerie
  • Casa do Colono
  • Trono de Fátima
  • Palácio Amarelo
  • Castelo Barão de Itaipava ...
Museu Imperial - Fonte: Governo RJ


Há uma que injustamente foi arrancada da cidade, importantíssima e que a ela serviu e poderia e deveria continuar estar servindo, e que se assemelha com Santa Teresa: os trilhos! Não os dos bondes, que acabaram muito cedo, mas os da E.F.Príncipe do Grão-Pará, que era uma encampação e continuação da E.F.Mauá, nada menos que A PRIMEIRA FERROVIA DO BRASIL, mais do que um motivo para ser preservada!

Fonte: Google

Ela se constituiria em mais uma atração turística, juntamente com a estação central, aos trens devolvida. Tão importante também porque traria passageiros indiretamente do Rio, seja vindos do trem urbano, seja vindos de embarcações em Guia de Pacobaíba. Na subida da serra, a exuberância da mata com a visão panorâmica da baía de Guanabara, algo bem parecido com o passeio no trem do Corcovado.


EF Corcovado - Fonte: Rio Total


Seria um passeio obrigatório, fazendo o turista, ao chegar, escolher onde ir e o que fazer num lugar intenso de atrativos. Quem sabe andar de charrete pelo centro histórico? Quem sabe deixar o carro e o ônibus de lado?
Esse texto daria um livro!

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