sábado, 7 de novembro de 2015

A agonizante Linha Auxiliar

A Estrada de Ferro Melhoramentos do Brazil foi inaugurada em 25 de março de 1898 entre as estações de Mangueira, no atual município do Rio de Janeiro e Belém, atual estação de Japeri, na Baixada Fluminense. Posteriormente ela foi ampliada e estendida para ambas as pontas, chegando à estação de Alfredo Maia (antes de "encolher", pois chegava à Ilha das Moças, próximo à região da Rodoviária Novo Rio hoje em dia) e à cidade de Três Rios, antiga Entre Rios.
 

Página do Relatório Ministerial da Viação e Obras Públicas de 1899



Foi uma ferrovia de certo modo atípica, pois corria paralela e entre algumas ferrovias fluminenses, como a EF Central do Brasil e a EF Rio d'Ouro, anteriores a ela. Havia pontos negativos no seu traçado, como a grande sinuosidade em vários trechos, mas também algumas vantagens: apesar da "concorrência" de outras ferrovias, ela alcançava e cruzava com elas, podendo haver intercâmbio de passageiros transportados.
Entretanto, desde os seus primórdios, a EF Melhoramentos sempre foi "injustiçada", com o perdão da palavra. Logo em 1903, ela foi incorporada à EF Central do Brasil e foi renomeada como "Linha Auxiliar", com o intuito de rebaixar a sua importância. Entretanto devemos lembrar que ela foi obra do grandioso engenheiro Paulo de Frontin, o famosos "Engenheiro sem igual", título que lhe foi atribuído e exemplificado pela própria Linha Auxiliar: uma ferrovia que venceu a Serra do Mar sem necessitar de grandes obras de arte, como túneis. A obra de maior envergadura da ferrovia foi mais que justamente batizada de "Viaduto Paulo de Frontin", construído em 1897 e conhecido como o único viaduto metálico em curva do mundo, tornando-se a mais conhecida atração turística da cidade de Miguel Pereira.

 Viaduto Paulo de Frontin
Foto: Eduardo P.Moreira

Infelizmente esta ferrovia sempre foi menosprezada na sua importância. Teve trechos suprimidos e modificados visando o transporte de cargas. Em outros trechos foi erradicado o transporte de passageiros, e em outros, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, o leito ferroviário foi invadido por comunidades inteiras, com presença de casebres à beira da linha e presença de sujeitos mal intencionados circulando pela linha.

Pessoas consumindo drogas na linha férrea
Foto: Portal G1

Na década de 1990 um dos trechos ferroviários mais lindos do país teve a circulação interrompida. O trecho da Linha Auxiliar após Japeri, a subida da serra em direção à Miguel Pereira, Paty do Alferes e Três Rios. Logo após a paralisação da circulação de trens, parte dos trilhos foram retirados e assim teve fim uma parte desta histórica ferrovia: a ligação das cidades serranas com o Rio de Janeiro.

O famoso Trem Azul passando pelo Viaduto Paulo de Frontin
Foto: Site Maior Viagem

Durante um curto período a RFFSA promoveu viagens turísticas no trecho entre Miguel Pereira e Conrado. Mas durou pouco tempo. Antes do fim da década de 1990, o trem teve os serviços paralisados e deixou saudades em muita gente ...

Em 2013, nós da ONG AF Trilhos do Rio decidimos percorrer o trecho entre as estações de Governador Portella e Arcádia, um trecho de descida de serra de aproximadamente 19 kms, a pé. No dia 22 de setembro subimos a serra, infelizmente de ônibus, e ao invés de descermos em Portella, fomos até a estação de Miguel Pereira, conhecer o grande serviço da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária, que mantinha o trecho entre estas duas estações utilizando um Auto de Linha que rebocava um pequeno carro de passageiros estilo Jardineira. Graças a AFPF, este trecho ferroviário se manteve, a duras penas, com trilhos, possibilitando a circulação ferroviária.



 


Auto de Linha da AFPF na estação Professor Miguel Pereira
 Foto: Eduardo P.Moreira (2013)


Auto de Linha da AFPF na estação Governador Portella, em 2013
Foto: Eduardo P.Moreira

Naquele ano, iniciamos a nossa caminhada de fato, e já um pouco tarde, na estação de Governador Portella. Alternando belíssimos cenários e cenas curiosas e às vezes até estranhas, esta foi de fato uma das mais marcantes caminhadas que já promovemos ...

Muitos cortes na rocha são comuns nesta ferrovia


 Assim como a bela paisagem, não sei qual visão é a mais bonita !


 Trecho de mata parcialmente fechada, com a linha ainda preservada


Detalhe do Viaduto Paulo de Frontin, magnífica obra de arte ferroviária !
 Placa indicativa da proximidade do viaduto. Foto no sentido Miguel Pereira


Caixa d'água e ao fundo, a estação de Vera Cruz, atualmente servindo de moradia

 Imóvel sendo construído junto ao leito ferroviário, desrespeito total !

O belíssimo Rio Santana ...
... e vale por onde ele segue oferece paisagens de tirar o fôlego
Placa de área de proteção da Mata Atlântica

Imagem maravilhosa, que poderia ser vista do trem ... #sqn não tem trem

Esta é considerada por mim a imagem mais bonita que já fiz em nossas caminhadas.
 Todas as fotos desta sequência: Eduardo P.Moreira

Devido a diversos motivos, a caminhada teve que ser interrompida. O horário já estava avançado, e no ponto onde estávamos, a mata foi se fechando e o céu escurecendo, tornado perigosa a nossa caminhada. Apesar das dificuldades, do local muito isolado e da mata fechada, que nos obrigou a engatinhar em alguns pontos, ainda tivemos uma grata surpresa: encontrar a plataforma da estação de Engenheiro Adel, antiga Monte Sinai, nome de uma antiga e grande fazenda local. Conseguimos encontrar uma saída, descendo o morro e passando por uma propriedade particular, que possuí uma ponte sobre o Rio Santana, nos possibilitando seguir em uma estrada de terra até Arcádia.

 Vejam o nosso grupo à direita, e ao fundo o trecho de mata fechada. E o dia acabando e escurecendo ...

Além de todas as dificuldades, ainda enfrentamos uma barreira de pedras que desmoronaram
 E mata fechada não era força de expressão ...

Chegando a Engenheiro Adel, a caixa d'água que abastecia as "vaporosas"
E a plataforma da estação de Engenheiro Adel, antiga Monte Sinai
Após desviarmos o caminho por uma ponte em uma propriedade particular, avistamos no morro uma ponte ferroviária. Ficamos de voltar e passarmos por ela ...

Naquele dia chegamos sãos e salvos à Arcádia e, tirando os carrapatos que pegamos pelo caminho (eu peguei 42 !), a caminhada foi um sucesso e plenamente compensativa. Mas ficamos de voltar para completar o trecho e ir além ... e esse dia chegou: 01 de novembro de 2015.

Nesse intervalo, muita coisa mudou, e aparentemente para melhor: a OSCIP Amigos do Trem entrou com um projeto junto com a prefeitura de Miguel Pereira, DNIT etc de implantar uma Litorina (veículo ferroviário automotriz) para percorrer o trecho serrano da Linha Auxiliar. Primeiramente no trecho que era mantido a duras penas pela AFPF, entre Governador Portella e Miguel Pereira. Posteriormente, e dependendo de parcerias e boa vontade política, o trajeto seria ampliado. Recebi também informações de que a prefeitura tem a intenção de criar um parque ecológico linear no trecho, uma boa iniciativa de reflorestamento e preservação ambiental. E com o trem passando pelo trecho, melhor ainda ! Vamos aguardar e torcer então ...

Curiosamente, estávamos combinando de promover uma expedição em diversos destinos, mas do nada pensamos em retornar ao trecho que não completamos em 2013, mas indo além: caminharíamos de Vera Cruz (no viaduto Paulo de Frontin) até Conrado, aproximadamente 16 quilômetros de distância. Marcamos quatro pontos de encontro: um na Central do Brasil, outro em Japeri, outro em Barão de Javary e outro no próprio viaduto. Encontrando todos os participantes, iniciamos a nossa caminhada, para o meu pavor pois tenho acrofobia, no grandioso Viaduto Paulo de Frontin, com seus exuberantes 82 metros de extensão e 32 de altura, equivalente a um prédio de mais de 10 andares.

Havia várias pessoas praticando rapel e outros esportes radicais no viaduto, que se misturaram a nós na travessia
Todas as fotos abaixo inclusive esta acima: Eduardo P.Moreira

Estávamos cheios de expectativas nessa caminhada, e já preparados para o que já havíamos visto em 2013, passamos pelo viaduto e constatamos que o trecho encontra-se mais abandonado que nunca, com o mato ocupando tudo, e mais e mais cercas de arame limitando o acesso, como se o leito ferroviário fosse o quintal de casa, algo particular ...

 A mesma placa de 2013, agora ainda mais encoberta pela mata ...

Uma das inúmeras cercas de arame, limitando o livre trânsito

Já sabíamos que encontraríamos as estações de Vera Cruz servindo de moradia, a estação de Monte Líbano apenas com a sua plataforma semi-destruída, mas a partir dali, as surpresas foram bastante desagradáveis. Isso falando modestamente ...

  A plataforma da antiga estação de Monte Líbano


A belíssima paisagem recompensando o nosso empenho

Contrastando com alguns problemas, como esta grande pedra que caiu sobre o leito ferroviário


Ou este desprendimento rochoso às margens da antiga ferrovia

Entretanto, nada se compara com o que vimos pela frente ... lembram-se deste ponto ? O nosso grupo ao fundo, se aproximando do trecho de mata fechada, percorrido em 2013 ?

Ao invés de mata fechada ... destruição !

Trilhos arrancados ...

 Até o trecho onde havia um desmoronamento de pedras e atravessamos ... estava desbloqueado !


Passaram máquinas que arruinaram ainda mais a ferrovia !

E danificaram obras de arte, como este bueiro, atingido por uma grande pedra !


Cenário de desolação total ...

 Além do crime contra o patrimônio histórico e ferroviário, onde vimos até trilhos recentemente cortados com maçarico ...


... um crime contra o meio ambiente, com árvores derrubadas e até queimadas !


Chegamos a Engenheiro Adel, indicada pela sua grande caixa d'água 

 Vejam a diferença do terreno entre 2015 e 2013 (abaixo). Que estrago !

E aquela ponte grandiosa que avistamos do outro lado do Rio Santana em 2013 ? Dá vontade de chorar ...


 Além de inutilizarem a ponte, danificaram a estrutura da sua cabeceira com a queda de material rochoso, e além disso, obstruiram a queda d'água que ali existia em dias de chuva, algo criado para evitar a erosão no trecho e que arriscaria o tráfego de trens em dias de tempestade.

Um estrago sem tamanho ... sem definição !


Coincidentemente, localizamos exatamente na área da propriedade onde desviamos o caminho em 2013, máquinas como tratores e retro-escavadeiras, usadas no arruinamento da ferrovia e do meio ambiente.



Sem estômago para publicar mais nada, apenas digo que os estragos continuam por uns dois quilômetros após este ponto, com a linha adentrando um trecho de mata preservada, mas com cercas e até residências construídas sobre o leito ferroviário. Perante a nossa indignação, perguntas que ressoam nas nossas mentes ?

1-Quem cometeu tal atrocidade ?
2-Com qual intenção ?
3-Como um trem passaria novamente neste local se o leito foi arrasado ?
4-Como se faz um parque ecológico, com esta devastação ambiental ?

Enquanto respostas não são dadas, nós continuaremos na luta: por um estado melhor, por um pais melhor, literalmente nos trilhos. Tanto do passado, quanto do presente ou do futuro. Ninguém tirará nossas forças nem nos tirará da linha. Aguardem ...

17 comentários:

O IPHAN uma vez nos disse, em resposta a uma pergunta do Carlos Assis, que antes de praticar a Arqueologia Ferroviária há que se pedir autorização para fazê-lo e, mais tarde, comunicar sobre o que foi achado pois o que está abaixo do solo pertence a União.

Portanto, como a via permanente - brita, trilhos, dormentes, etc. - estão acima do nível do solo, não é necessário esse procedimento.

Conclusão: a subtração de trilhos e destruição da via é livre e não é de responsabilidade do IPHAN. Oremos, pois!

Ótimo post! Escrito de uma maneira didática, além de ser muito interessante!

Pastori e o dnit, pelo que parece a via permanente é de responsabilidade dele, a pff também faz boletins de ocorrência de furtos de trilhos

parabéns pelo trabalho/luta de vcs.

Eu desconhecia totalmente esta linha ferrea,e, espero q vcs tenham êxito jto ao poder publico para salvarem o patrimonio abandonado/esquecido.

Que lastima ver a destruição do trecho, onde mais notificar tais crimes?

Tudo resultado de um país cada vez mais carente de valores e de princípios. Se o exemplo vem de cima... que dirá cá embaixo? Mas parabéns pela aventura, certamente gratificante.

O que foi feito, foi feito por profissionais, não se trata de um mero roubo de trilhos, o que foi gasto ali para tal propósito, não compensaria com o valor arrecadado com a venda dos trilhos; não isso foi orquestrado e quem fez sabia muito bem o que estava fazendo. Maquinários, galpões, terraplanagem, corte nas rochas... ladrão de trilhos faria tudo isso?

O que me pareceu é que os prefeitos, os governantes viram o potencial da ONG Amigos do Trem e ficaram com medo de que eles venham estender o trem até Japeri, ou será que não foram os empresários dos ônibus que fizeram uma pressão com medo desta possibilidade?

Sabemos que a população gostaria que o trem voltasse. Sabemos também que o povo iria usar o trem. Em tempo: Com uma passagem cara cobrada pelas empresas de ônibus, absurda, em um lugar em que a maioria da população é carente, o trem seria bem mais barato. Reflita!

Bom, o ideal seria saber que está acontecendo. Eu acredito que esta é a hora para juntar todo o material do trecho, tanto as fotos da expedição anterior; quanto as atuais e, acionar o Ministério Publico Federal, com uma ação civil publica.

Prezados, boa noite a todos.

Eu, por livre e espontânea vontade, entrei em contato com a Prefeitura de Miguel Pereira, cujo o DNIT cedeu a concessão do trecho a mesma, e falei diretamente com o chefe de obras da Prefeitura, o Eduardo, e o mesmo me informou que desconhecia esta remoção ou obra, como ele quis dizer. Desde então, devido ao meu curto tempo, como trabalho e estudo, não tive tempo para dar prosseguimento e saber com mais detalhes, se a Prefeitura tinha alguma ciência desta obra. Tentarei esta semana, saber mais detalhes custe o que custar pois se depender de mim, nenhuma ferrovia será removida ilegalmente e não ficarei calado para benefício de ninguém.

Grato a todos.

esse roubo e destruição do patrimônio publico deve ser denunciada a policia... essa linha é concessão da FCA, ela é responsável... ou melhor, a Vale...

Muito boas as colocações acima. De manhã, bem cedido, ontem, postei comentário, utilizando o celular, mas, a mensagem não seguiu. Há contextos do que postei. As informações do Pastori são verdadeiras. O alerta-questionamento do Melekh está eivado de motivos. A informação obtida pelo Weiller é bastante preocupante, tanto na questão da prefeitura não saber como de saber e poder estar se esquivando. Os elogios postados à matéria são altamente merecedores. Então aproveito para lembrar, salvo verificação em documentos que regulem a situação entre a União e o Poder Público Municipal de Miguel Pereira, as cessões não são doações. A área continua sendo da União. Finalizando, entendo que tem muita coisa para se apurar em meio ao “caminho ferroviário” abraçado por nós. Lamentavelmente, não de boa caminhada com belas paisagens, mas de possíveis grandes agressões legais como a que, doidamente, se vislumbra.

O trem sempre fez parte da minha vida. Fui criado em Santa Cruz, zona oeste do Rio. Meu padrinho era maquinista da CBTU e trabalhava no ramal de Belford Roxo. Ainda criança ia para Itaguaí de trem com minha mãe visitar minha avó que estava internada em um hospital daquela cidade. Conheci pessoalmente o ramal circular da Pavuna, o trem que ligava Niterói a Visconde de Itaboraí, conheci muitas estações hoje desativadas e demolidas. Morei em Saracuruna pertinho da estação e vi o desespero da antiga C.E.N.T.R.A.L. fazendo "vaquinha" para comprar um farol para a locomotiva poder seguir para Guapimirim. O que sinto é um misto de impotência, raiva, nojo, vergonha e tristeza ao perceber que nossa história apodrece e é jogada fora de modo ininterrupto. Todos sabem que o sistema ferroviário é melhor para a população. Um trem transporta de uma só vez mais do que um ônibus transporta num dia inteiro rodando pelas ruas. Aqui em Vila Inhomirim onde moro atualmente, já assisti o trem sair com dois passageiros em seu interior e já o vi chegar sem nenhum. A explicação disso é simples: trens lentos(15km em 55 min), baldeações com tempo de espera gigantesco, estações abandonadas com direito a tráfico e consumo de drogas a qualquer dia e horário, atrasos constantes... O trabalhador prefere pagar o triplo numa passagem de ônibus e ficar 4 horas preso num engarrafamento. Até quando o pior vai ser tratado como se fosse o melhor? Até quando vamos sofrer por causa de governantes incompetentes e mal intencionados? Cadê a reativação do ramal Itaguaí? Porque a Supervia não assumiu o ramal Niterói-Visconde de Itaboraí? Cadê o VLT aqui em Vila Inhomirim e em Guapimirim? Muitas são as perguntas, poucas são as respostas e quase nenhum são os atos...

O trem sempre fez parte da minha vida. Fui criado em Santa Cruz, zona oeste do Rio. Meu padrinho era maquinista da CBTU e trabalhava no ramal de Belford Roxo. Ainda criança ia para Itaguaí de trem com minha mãe visitar minha avó que estava internada em um hospital daquela cidade. Conheci pessoalmente o ramal circular da Pavuna, o trem que ligava Niterói a Visconde de Itaboraí, conheci muitas estações hoje desativadas e demolidas. Morei em Saracuruna pertinho da estação e vi o desespero da antiga C.E.N.T.R.A.L. fazendo "vaquinha" para comprar um farol para a locomotiva poder seguir para Guapimirim. O que sinto é um misto de impotência, raiva, nojo, vergonha e tristeza ao perceber que nossa história apodrece e é jogada fora de modo ininterrupto. Todos sabem que o sistema ferroviário é melhor para a população. Um trem transporta de uma só vez mais do que um ônibus transporta num dia inteiro rodando pelas ruas. Aqui em Vila Inhomirim onde moro atualmente, já assisti o trem sair com dois passageiros em seu interior e já o vi chegar sem nenhum. A explicação disso é simples: trens lentos(15km em 55 min), baldeações com tempo de espera gigantesco, estações abandonadas com direito a tráfico e consumo de drogas a qualquer dia e horário, atrasos constantes... O trabalhador prefere pagar o triplo numa passagem de ônibus e ficar 4 horas preso num engarrafamento. Até quando o pior vai ser tratado como se fosse o melhor? Até quando vamos sofrer por causa de governantes incompetentes e mal intencionados? Cadê a reativação do ramal Itaguaí? Porque a Supervia não assumiu o ramal Niterói-Visconde de Itaboraí? Cadê o VLT aqui em Vila Inhomirim e em Guapimirim? Muitas são as perguntas, poucas são as respostas e quase nenhum são os atos...

Certíssimo Luciano só nojeira mas não vamos desistir não a ferrovia e a solução

Morei em Pedras Ruivas. Era pequeno. Estudava em Paty do Alferes. Caminhava pelos trilhos para ir a escola. Que alegria ver as locomotivas passarem. Isto em 1966.
Tristeza ver o que fizeram. Um verdadeiro crime.
Que país é esse. Que povo é esse?
Parabéns a equipe que tentou resgatar a história.
Vontade de chorar. Deus tenha misericórdia.

Morei em 1966 em Pedras Ruivas. Ia a pé até Paty do Alferes. Verbo trem passar alegria.
Muito triste. Gostaria passear um dia por aí.
Lamentável. Povo sem história.

Bom dia!
Minha família possui um sítio na área rural de Miguel Pereira, há mais de 50 anos, que fica dentro da APA do rio Santana. Ficamos sabendo por um acaso, que estão construindo mais uma hidrelétrica, desta vez irão desviar o rio, através de um túnel, que será perfurado próximo ao nosso sítio.
Acontece que em nenhum momento fomos informados, apenas vimos a movimentação de caminhões e tratores e as marcações indicando onde começaria o túnel.
O rio Santana é um dos principais afluentes do rio Guandu. Quando fizeram a primeira barragem, o volume de água diminuiu consideravelmente. E agora vem essa péssima notícia.
Como podemos agir contra isso?
Como conseguem uma licença ambiental para um projeto que visa a degradação?

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